Pacientes cirúrgicos muito graves ou aqueles que precisam passar por operações muito grandes podem se beneficiar da monitorização hemodinâmica. Trata-se de um conjunto de técnicas mais avançadas que permitem um acompanhamento ainda mais amplo e preciso, incluindo os desempenhos cardíaco e da função pulmonar, além de saber se o paciente precisa receber mais líquido e sangue.
“O objetivo principal da monitorização hemodinâmica é manter uma boa perfusão de oxigênio dos tecidos a fim de garantir que todos os órgãos, inclusive os que não estão sendo operados, recebam continuamente uma quantidade adequada de oxigênio e suprimentos, porque isso está relacionado com melhores desfechos”, explica a anestesiologista Diná Mie Hatanaka, coordenadora do serviço de anestesia do Hospital Moriah, em São Paulo.
Entre os riscos associados à queda da oxigenação dos tecidos estão a hipoxia tecidual, que impõe algum grau de sofrimento celular. Segundo a Dra. Diná, diversos estudos apontam que pacientes com hipoxia tecidual podem evoluir com infecção, deiscência de anastomose, lesões renal, cardíaca e até cerebral, que aumentam a mortalidade.
Indicações precisas

Tecnologia ainda de custo elevado e não disponível em todas as operadoras e nos planos de saúde, a monitorização hemodinâmica tem indicações precisas. Deve ser usada, por exemplo, em pacientes com baixa capacidade funcional, como aqueles que tiveram vários infartos, que têm insuficiência renal e já estão em diálise, e diabéticos que precisam de insulina e que, por causa do diabetes, já tiveram obstrução arterial. Também é recomendada em cirurgias complexas, como as cardíacas e oncológicas, por exemplo no caso de um paciente que vai ressecar uma parte do pulmão ou que invade a pleura ou a parede toráxica.
A monitorização hemodinâmica, seus benefícios e os casos indicados serão discutidos num curso que será ministrado, na tarde do dia 24 de julho, pela Dra. Diná Mie Hatanaka. Presencial, o curso será realizado no Centro de Simulação da SAESP, com um número reduzido de participantes para cumprir o distanciamento social. É dirigido a residentes e anestesiologistas. Ainda para este ano, está prevista mais uma turma. “Após conteúdos teóricos, teremos uma simulação realista e vamos enfatizar como identificar os pacientes que realmente precisam dessa monitorização mais avançada e os tipos de monitores em cada caso”, conclui a Dra. Diná.